sábado, 1 de outubro de 2011

Dias lindos

Como se eu não fosse de proposito, sentei na escada. Ficava observando aqueles seres andando pra lá e pra cá, mas nada de você, tentei deixar tudo bem espontâneo, pra deixar aquele ar de "por a caso" claro, pra você não perceber também e não se intimidar com meus ataques constantes de querer ao menos te ver. Mas, naquele meio tempo entre o sinal e as pessoas e eu ali sentada olhando pro nada, pensei o quanto é importante e o quanto eu já estava obsecada por você. Te ver, o simples fato de te olhar, faz do meu dia o mais lindo. Peguei um livro que sempre carrego na bolsa então, começei a ler, mas qualquer intuição minha de que você se aproximava, me despertava, e isso ocorria em segundo em segundo ( de fato eu não estava lendo coisa nenhuma). Mas ai, nesse tempo entre a ansiedade e a frustação de não conseguir ler, a sombra das árvores, os seres andando, você surge, meio cansada, meio distraida, andando com um ar de vida tribulada e atarefada, com a mochila nas costas e olhando pra baixo, tento disfarçar meu olhar pro livro, mas aos poucos vou conseguindo um ângulo entre olhar o livro e olhar você caminhando um ângulo tão perfeito que consigo captar seus lindos detalhes, o seu andar, sua cabeça torta pro lado, como se quisesse dizer que tudo aquilo é tão chato, e que também fazia seu cabelo cair entre o ombro e as costas de um jeito que os cachinhos vão pulando a cada passo, seu olhar meio pro chão, sua mão encolhida dentro do casaco, como se você estivesse com tanto frio e que seus dedos iam congelar, detalhes mágicos que aos poucos vou perdendo, pois você vai desaparecendo, entra na sala, e tudo volta ao normal, só então olho para aquelas palavras do livro, vejo sentido nelas, e começo a ler.

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