quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Crise Alergica

 Ela vem quando menos se espera, naqueles dias ensolarados que você faz questão de acorda cedo, disfarçada em dois ou três espirros inoscentes, e você nem imagina o que estar por vir.

Ao longo do dia caro leitor, tudo muda. Inclusive seu humor.

Ela começa com uma leve dor de cabeça, você logo imagina que é uma daquelas dores de cabeça do dia-a-dia. Mas não. A dor que você suspeitava ser da sua cabeça desce para a região nasal, preocupada começa a vasculhar sua bolsa a procura do seu anti-alergico. Mas claro que não estava na bolsa, porque lembra quando você acordou feliz? Achando que seu dia ia ser maravilhoso ? Poisé, ela programou e calculou todos os detalhes, para te detonar naquele dia. Aí meu amigo, a dor que até então era só na região nasal, transporta e se multiplica pelo seu corpo inteiro, o que te faz ter a sensação de que seu cerebro não comanda mais nenhum músculo. 

- Aí amigo, empresta aí o cérebro, preciso detonar esse corpo hoje. Diz ela, colocando em pratica seu plano.

Poisé, estava tudo preparado, agora você só consegue reagir a uma coisa, aos espirros. Tudo começa com aquelas irritações no seu nariz, aí transporta para a garganta, para os olhos e então seus ouvidos. 

Tudo e todos que estar ao seu redor, perde sua forma física. E então, começa a orquestra. “É melhor estar com um lenço na mão”, pensa você. Com uma sensação de que seu pulmão suga todo ar existente e depois com uma velocidade que seu corpo não consegue acompanhar, eis que surge um dos muitos espirros que é colocado para fora do seu corpo a toda força e raiva. E assim começa o que não vai terminar tão cedo. Torturando, massagrando você sem dó e piedade, não há remédio nenhum que faça parar a orquestra de atchins, o que lhe resta é aceitar o fato que literalmente estar estampado na sua cara. Como se não bastasse seu corpo contra você, as pessoas também ficam, elas não conseguem entender e você também não consegue explicar o que está acontecendo.

A única coisa que você deseja, é chegar em casa, tomar aquele chá de limão com alho, um bom remédio, se enrolar num edredon e dormir. Feliz por finalmente seu dia torturoso estar acabando.

Pura ilusão.

O pior estar por vir, lembra quando eu disse que ela arquitetou e calculou tudo nos mínimos detalhe para detonar você naquele dia? Poisé amigo, como se não bastasse, seu nariz de propósito intope, te impossibilitando de respirar, te sufocando a cada segundo que você esperançoso tenta dormir, aliás tentava, porque agora você precisa lutar pela sua sobrevivência na madrugada. Uma luta silenciosa entre você e seu impiedoso nariz. A vontade é de querer arrancar a toda força seu nariz em buscar de ar, você então tem a brilhante ideia de respirar pela boca. E então começa a cantar vitória antes da hora, achando que finalmente vai ter uma noite de sono. Em questão de minutos meu amigo, sua boca e sua garganta fica mais seco que o sertão nordestino. O que te faz levantar em meia em meia hora para beber água e conseguir um pouco de ar. Quando finalmente você se rende ao seu próprio corpo, já é tarde. Surge os primeiros raios solares... Mas você mal tem forças para levantar, ainda derrotado daquela guerra.

Na hora de ir embora, sorrindo e feliz com sua vitória, ela se despede com classe, deixando aqueles pigmentos amarelados que insiste em sair pelo seu nariz.  

E deixando bem claro que ela vai voltar, daqui a duas, três semanas, ou até meses. O tempo suficiente para arquitetar seus planos e se preparar para mais um combate. E você agradece por ter sobrevivo a mais uma crise alérgica, e por poder respirar livremente...

 Por enquanto.

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