sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Veja bem, 2#


E foi quando eu te vi passar, entre tantos olhares alheios  perdidos e desconhecidos naquela imensidão deserta onde habitam inumeros robôs e alienígenas, onde as pessoas conseguem comprar falsos sorrisos por um mízero preço. Sua imagem me hipnotizou, e quando nossos olhares se cruzaram naquele deserto habitado, você mal me percebeu. Logo vi, que você não era conterrânea daquele lugar sórdido, já tinhamos algo em comum devido a esse fato. Eu claro, como uma fingidora  nata desviei meu olhar que vinha de encontro ao seu, mesmo querendo penetra-los e suga-los só para mim, permaneci intacta, talvez um pouco balançada com o poder do seu olhar. Que olhar... Mas simplesmente não me mechi.  Agora tenho que conviver com eles me persuadindo e me chamando aos poucos como se não quisesse nada. Torturante, massacrante esses dias. Lembro-me da sua falsa ingenuidade ao dizer que sente vergonha quando eu disse que “ Gosto de olhar o olhar das pessoas”. Não foi bem assim ao pé da letra, mas ela se intimidou, eu sorri observando discretamente cada olhar seu, cada movimento, cada fio do seu cabelo multicor, seu jeito meigo,sua mandibula ao falar, seus suspiros, seus lábios! Logo vi que ela percebia minhas olhadas indiscretas. Mas como eu sou um fingidora nata conseguia desviar os mais indiscretos olhares... Por pouco tempo, porque o desejo de te ter, de te querer é mais forte e me possui cada dia mais.

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