quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Mais uma vez

Primeiro seu olhar, e depois seu sorriso, nada exagerado, um sorriso simples, e sutil, por trás de um vidro embasado de água, seus movimentos em se ensaboar foram todos acompanhados por mim, fiz de uma maneira que não te intimidasse e que não me fissese parecer que estava olhando e desejando muito aquilo bem perto de mim. Voltei pro quarto, senti que saciei um pouco da simples vontade de te olhar, de te sentir, de estar com você. Peguei minhas coisas, te olhei ainda de longe, vi que você me fitava também, com meus olhos disse Adeus. Sai de lá com uma estranha felicidade. E aqui estou eu, afundada na cama de um quarto escuro, de uma madrugada silenciosa, ouvindo grizzly bear, e voltando centenas de vezes aquela cena:
 Primeiro seu olhar, e depois seu sorriso, nada exagerado, um sorriso simples, e sutil, por trás de um vidro embasado de água, seus movimentos em se ensaboar foram todos acompanhados por mim, não conseguia tirar meus olhos de você, fui caminhando para mais perto do box, e abri lentamente a divisão do vidro, primeiro foi a sensação fria e morna dos respingos, o vapor e depois a sensação da água invadindo meu corpo, molhando meu cabelo, meu rosto, minha roupa, meu corpo, e você ali, olhando. Insistindo em me chamar, apenas com o olhar, você ali, parada e sorrindo com aquilo, sorri pra você e naquele momento só ouvia o silêncio, tudo aconteceu primeiramente de uma maneira muito lenta, tirei minha blusa e minha calça, e depois minhas roupas íntimas que já estavam todas molhadas, você se aproximava, em câmera lenta, tudo de uma maneira sutil, como normalmente são seus movimentos, leves e precisos. Senti seus lábios molhados no meu, um toque, e depois seus seios nos meus e suas mãos que subiam pela minhas costas pressionando meu corpo, me fazendo senti-lo totalmente, todo pedaço de pele molhada, arrepios, me fazendo explorar seus lábios e sua boca, te abraçando lentamente, minha língua deslizava em seus planetas, sentindo cada um, eram movimentos precisos, tanto os meus como os seus, me fazendo ficar encaixada e entrelaçada em seu corpo ao som das gotas d’gua, em movimentos sordidos e sutis que cada vez eram mais rápidos, intensos e descontrolados, sem parar, sem pensar, só agindo. Abro os olhos, olho ao meu redor, tudo escuro, calmo e silencioso, uma música tranquila ao fundo, e os pensamentos presos em seus planetas. 

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